segunda-feira, 14 de julho de 2025

CARTA A UM VELHO AMIGO

 Olá, quanto tempo não nos vemos e não nos falamos.

Hoje, sem muita explicação, acordei pensando em você. 

Bateu uma saudade estranha, tive vontade de chorar.

Tive vontade de saber como você está, o que andou fazendo, as coisas que viveu e aprendeu, suas dores e alegrias. Como você está?

Engraçado é que envelhecemos, mas as memórias continuam jovens e vivas. 

Lembrei-me do tempo em que convivemos, das coisas que vivemos juntos, das risadas, das lágrimas, dos encontros despretensiosos e de tudo que poderíamos ter vivido.

Não sei bem explicar o porquê, mas sua lembrança veio de repente, sem aviso, sem contexto, mas com um sentimento profundo de arrependimento.

Poderíamos ter sido e feito tantas coisas juntos, mas quis o destino e minhas neuras que isso não acontecesse. Não posso negar, me sinto culpada por isso.

Tive uma grande curiosidade em saber o que a gente poderia ter sido e vivido.

Eu te desejei em silêncio por longos oito anos, sonhei conosco, sofri por nós, e quando finalmente isso se tornou realidade, eu desisti de viver essas experiências e decidi, assim, sem motivos, te esquecer.

Hoje desejei saber o que você sentiu, se pensou em mim, em lutar por mim, ou se aceitou o que aconteceu como algo inevitável.

Escrevo para você, que nunca vai ler esta carta, mas escrevo, principalmente para mim, tentando colocar em palavras essa lembrança repentina, que veio carregada de emoções, lágrimas e de uma vontade imensa de revisitar o passado, de reescrevê-lo.

Não somos mais os mesmos, é verdade, mas o que vivemos, é único e é nosso. Será para sempre.

Talvez ainda exista amor em algum lugar do meu inconsciente e do meu coração. Afinal, por que agora, tantos anos depois, sem aviso, você voltou a habitar meus sonhos?

Seja como for, mesmo com esse gosto amargo de arrependimento, eu agradeço o tempo que tivemos e vivemos juntos.


Um abraço.

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