sábado, 7 de maio de 2011

Mães



Hoje é dia das mães e sábado eu fui visitar minha vovó de oitenta e lá vai fumaça de anos. Uma graça. Saúde de ferro, embora a cabeça já não esteja lá essas coisas. Quando cheguei, ela comentou: "Todas as minhas meninas..." Lá estavam eu, minha mãe, minha tia, uma prima dela de sessenta e poucos anos. Muitas mulheres. Muitas gerações e anseios diferentes. E é inevitável olhar as mais velhas e não pensar que elas são você amanhã. Com tudo de bom e de ruim que isso pode significar, pois elas são o exemplo e modelo do que você quer e não quer pra você. E mesmo com tantas diferenças, você conta com elas, você as escuta e as ama. E é isso. Acho que neste dia das mães em que a grana não vai dar para cumprir o protocolo capitalista, amar e respeitar as diferenças é o único presente que posso oferecer. O melhor. O mais importante. Ai, ai... A convivência é uma coisinha complicada, quer dizer, a gente faz ser. Porque para uma senhorinha de oito décadas, uma visita de meia hora foi a coisa mais maravilhosa do mundo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dúvidas



A gente passa a vida toda se questionando se é suficientemente bom, inteligente, belo, talentoso, amado, querido, admirado, e outras tantas coisas que nem dá pra listar. A gente vive umas oscilações entre o "eu sou foda" ou o "eu sou um lixo". Uma montanha-russa da autoconfiança que dá muitos frios no estômago, vontade de gritar e de fechar os olhos.


Hoje enfrento, penso eu, o maior desafio desse percurso. Eu escolhi uma profissão que amo mas tenho dúvidas se tenho talento para tal. E fico pensando: "E se eu não tiver talento? O que diabos eu vou fazer da minha vida?" A frustração é um pesadelo que assombra os travesseiros mais confiantes.


Um dia, te encorajam a ser foda, se expor, porque faz parte da brincadeira se você quiser saber se o que sai da sua cabeça faz algum sentido para o mundo. E é muito difícil quando o retorno que você recebe não é aquele que você espera. Sofre. As dúvidas aumentam e a tendência de se fechar ainda mais é inevitável. Fica vulnerável. Inseguro. Tem um bloqueio e volta ao estado lixo.

Quem aguenta? E a gente tenta de novo porque é isso que se deve fazer. E toma tombos, cria cascas, cicatrizes. Mas uma hora aprende... Será?

Queria que a coisa fosse mais direta. É ou não é. Mas aí, me preocupo com o "não é". Não sei. Não quero. Queria tanto que desse certo! Queria tanto acreditar em mim. Mas preciso que os outros também acreditem. Precisa-se. Ou não terá fim. Não terá um final feliz.