quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A TÉCNICA LIBERTA

Bomba!
Sim, meus caros, foi isso mesmo que vocês leram: A técnica liberta!
E se alguém tem preconceito, pare de ler agora! Ou melhor, leia sim, pois estou aqui pra provar que é verdade.

Mais de um ano analisando todo tipo de projetos de ficção, aprendendo muito e trocando figurinhas valiosas com produtores, diretores, roteiristas e montadores renomados do nosso Audiovisual já me credenciam, pelo menos um pouco, pra falar da arte de contar histórias. Além disso, digo com orgulho que um dos motivos pelo qual abandono esse blog de tempos em tempos, é porque estou estudando muito, lendo muito, aprendendo muito e pensando muito em um post que valha a publicação.

Desde julho, participo de um curso intensivo de roteiro que mudou a minha vida e minha percepção sobre a importância de se conhecer a técnica e as bases do storytelling. Foi amor à primeira aula: A partir dos estudos dos 3 campos narrativos, criados pelo teórico americano David Bordwell, estou descobrindo como a técnica é uma ferramenta essencial para a escrita de roteiros. E também para sua melhor análise e compreensão. E por que não, para criticar meus projetos pessoais.

A grande virtude de uma boa análise está em entender o quê (e como) um projeto está querendo lhe dizer alguma coisa. E fazer as perguntas certas. Sem isso, em primeiro lugar, não há análise competente. Uma boa análise JAMAIS se apoia no gosto pessoal. Ela se vale de objetivos e interesses dos envolvidos, oportunidade, momento e entendimento.

Mas voltemos à técnica...
Para quem acha que isso é um bicho feio que lança raios congelantes e engessadores, meus pêsames. E não reclame se o feedback do seu projeto for mais negativo do que positivo!
O conhecimento - e o domínio - da técnica te levam a fazer os questionamentos corretos pra entender os eventuais problemas. Veja que não estou aqui falando de manuais com regras e fórmulas. Tampouco estou criticando ou abominando sua existência - todos eles beberam em fontes mais sólidas, estabelecidas há mais de dois mil anos. A técnica dialoga diretamente com a arte e com o contexto sociocultural na qual está inserida.

Fato é que a técnica tem me ajudado a olhar com mais atenção e cuidado para os projetos que analiso. E a, realmente, dar sugestões construtivas, que levem a soluções satisfatórias. A expressão "conheça o seu público" agora é empregada da forma correta - e sim, tem a ver com cultura e com História!

Caros amigos, só posso dizer mesmo que a técnica liberta. Da dúvida. Da ignorância. Da limitação. Porque quando você a tem internalizada, sobra mais tempo para criar e inovar.

E se vale a analogia barata: Só se pode transgredir o processo de preparo de um bolo de chocolate se realmente souber como se faz um. Não preciso dizer mais nada, né?